domingo, 9 de abril de 2017

Cada vez mais o conhecimento e a informação se afastam da universidade.



Cada vez mais o conhecimento e a informação se afastam da universidade.
PDF 904

A tão falada academia produtora de conhecimento está perdendo espaço, e dentro do próprio espaço, entre seus muros que a isolam da sociedade. A universidade não passa de um campo de poderes, onde professores brigam com seus títulos entre si, produzindo um espaço livre de alunos, que não passam de ser seus soldados em um campo de batalhas coletando informações, e exaltando seus generais, preocupados com títulos, artigos e teses. Os filhos de Lattes.


Um evento multicultural aconteceu na Universidade Federal. Uma feira de livros promovida pela Cooperativa Cultural (40 anos), referenciada por uma livraria, com eventos culturais acessórios e paralelos. O centro de convivência da UFRN. foi o espaço escolhido, com entrada gratuita e show 0800, junto a Cooperativa que funciona como uma grande livraria. Stands foram montados oferecendo espaço para escritores, editores e sebos diversos, para deleite do leitor. O novo diante do usado ficou bem claro.


Diante das dificuldades financeiras que vem passando as livrarias, os sebos funcionam com as últimas alternativas de obter um livro. Livros perdidos em estantes, esquecidos em armários e gavetas; livros que não foram reeditados. O sentimento pela informação e pelo conhecimento, e a dor de jogar um livro no lixo, contribuem para que ele termine em um sebo, dando oportunidades a quem não teve acesso, quando era novo ou inédito. As letras não se acabam e não se desgastam depois de inúmeras leituras. E ainda podem vir complementados de anotações e comentários nas páginas, que levam a outros títulos relacionados e afins, com as interpretações de quem um dia foi seu dono.


Tudo para ser um bom evento com a pluralidade de atividades em um local de saberes e sabores em volta. A condição de alimentar o corpo e a alma. Um local que poderia ser um Éden, com saberes e sabores ao alcance dos olhos, e oportunidades econômicas variadas, E adicionado do momento que passa a cidade, com livrarias fazendo fila para ter suas portas fechadas. A opção de livros ao alcance das mãos estão ficando mais restritas. As livrarias tendem a ficar na internet. Mas como um paraíso supõe-se ter uma serpente, e ali existiam várias, ocupando espaços e soltando fumaça. Diziam aos ocupantes do paraíso, de informações e conhecimento: “Você precisa de rodas para chegar mais distante”.


O futuro negro do conhecimento, pode ser imaginado, com a possibilidade de criar alternativas no ponto presente. É possível fazer uma ideia do que seria uma cidade sem livrarias, com uma avaliação hipotética. O conhecimento escrito estaria restrito, limitado por falta de fontes escritas, as fontes primárias. Nem tudo poderá ser encontrado na internet. A internet seria uma fonte secundária ou terciária, tudo reescrito e reinterpretado. E a internet ainda gera um problema, quem não sabe o que procura não identifica o que acha. É preciso conhecer um mínimo de assuntos, temas, livros e autores, para avaliar a veracidade da fonte encontrada.


Já faz algum tempo que o modelo universitário foi alterado. O sistema de créditos foi implantado para evitar que alunos em uma mesma sala, e em uma mesma escola trocassem ideias e criassem grupos e ideias não desejadas. E a universidade criou um campus com centros, escolas e departamentos todos espalhados. A possibilidade de montar uma grade com disciplinas oferecidas em horários e locais diferentes provocaria um afastamento físico dos alunos, e diferenças de formações críticas, já que além de horários e locais, também seria possível escolher professores, que oferecem uma mesma matéria (cadeira ou disciplina). Haveria a possibilidade de postergar “pagar” uma disciplina, caso o professor desejado não ter disponibilizado aulas e vagas suficientes no semestre, E uma turma ingressa em uma data, não teria necessariamente a mesma data de formatura entre seus integrantes, como também poderia ter outros alunos egressos de outros cursos e escolas. Estariam todos espalhados, por uma variedades de cursos e datas. E a estratégia criou outras necessidades ao longo do tempo, a partir de uma mudança de pensamentos.


O centro de convivência da UFRN que leva o nome de um nome respeitado na cidade deixa a convivência a desejar, por falta de olhares arquitetônicos. Um infinidade de modelos e multimarcas coloridas faz uma estagnação do espaço que existe em volta. É preciso encontrar atalhos entre os carros estacionados, pedindo licença a seus condutores para pedestres passarem.


Países estão ali representados por suas montadoras. Uma invasão simbólica de cidades, a invasão consentida e autorizada, com concessão e isenção de impostos. Seus óleos e combustíveis têm diferentes bandeiras, tal como a forma de pagamento em dinheiro de plástico. Seguros e financiamentos também de origem estrangeira. A grande jogada de outros países com suas multinacionais sem pátrias. Trocam modelos, partes e peças entre países, como uma simples transferência entre fábricas.


O símbolo econômico está presente com símbolo de poder e símbolo capitalista, justamente na universidade, onde existem alunos que ocupam as ruas pedindo um transporte coletivo com tarifas e confortos mais decentes.  Pregam o socialismo ostentando um capitalismo no seu quintal, a casa do conhecimento. Na área coberta destinada a pedestres, por uma suposição lógica, um desfile de motocicletas, fazendo barulho e fumaça na área dita de convivência. Um lugar ainda lembra a cena de um deserto atualizado, com descartáveis levados pelo vento.


Fica a dúvida a quem se destina a convivência, aos automóveis que um dia podem se robôs controlados ou autônomos, ou ao aluno que ainda é de carne e osso, com uma mente pensante, com um HD particular e biológico na caixa craniana. Capaz de distinguir regras e normas de convivência fazendo trocas de informações e conhecimentos como neurônios em trocas por sinapses. O centro de convivência deve oferecer a oportunidade de acontecerem sinapses entre alunos de diversos cursos e origens culturais variadas. Uma caixa craniana onde podem surgir novos pensamentos e ideias.


O centro de convivência como uma caixa craniana, possui olhos e ouvidos, para perceber e processar suas atividades, que acontecem à sua volta e nas suas confusões mentais e internas. Mas talvez seja necessário uma atividade de fonoaudiologia mais algumas terapias ocupacionais e fisioterapia, para aprender a exercer suas atividades cognitivas e fisiológicas, as atividades organolépticas inerentes ao espaço. A ouvidoria encontrada no centro de convivência parece estar ser surda e cega, por uma porta e ar condicionado. Na administração, um cerebelo ao lado nem se fala. E diante uma reclamação já se fala ao reclamante, de todo processo burocrático que percorre uma pauta de uma simples reclamação. É preciso percorrer uma gama de nervos entre músculos para chegar ao comando central da universidade, e voltar uma informação como uma ordem pela medula espinhal, de movimentar os dedos e os braços. É preciso romper com a letargia, tirar as nádegas da cadeira e circular pelo espaço, de concreto armado, com acuidade visual e auditiva atentas. Observar aromas e sabores, trazidos pelos ventos.


Decisões não podem ser tomadas enquanto não acontece um problema, como de alguém ser atropelado, dentro do centro de convivência, É preciso abrir uma ferida para que o cérebro tome conhecimento, mandando tropas de leucócitos, para resolver a lesão promovendo cura e a cicatrização, com a renovação de epitélio de cimento. Tudo depende de uma decisão magnânima, a reitoria domina um império, onde o reitor possui alguns súditos, espalhados pelo campus. E precisa levar uma pauta ao seus conselheiros nobres, através das reuniões de congregação. Para então tomar a decisão do óbvio.


A transversalidade e interdisciplinaridade exposta pelo corpo docente, e cobrada por mestres e doutores, ocupando cátedras e tarefas administrativas,  para serem impingidas ao corpo discente, não é disponibilizada aos alunos nos seus momentos fora das salas de aulas, no campus universitário.  Um centro de convivência, o local ideal para uma troca de ideias e informações. Mas falta empenho administrativo e arquitetônico. Há uma falta de mobiliário, para sentar e fazer um simples lanche oriundo de casa. Não há refeitórios coletivos para apreciar uma comida de origem caseira. Ou seja, esquentar a marmita, e depois promover sua limpeza. Estrutura encontrada em outras federais, com opção de tomadas de energia elétrica e forno microondas. Caso exista, está muito bem escondido.


No mais, o maior dos absurdos, não há oferta de água, do tipo pura, filtrada e até gelada. A água símbolo universal oferecida a mestres e doutores em apresentações de trabalhos e pesquisas. A mesma água que cobre mais de dois terços do planeta, e compõe mais de 75% do corpo, está ausente. O risco da desidratação está presente no crânio, no centro de convivência. Ótimo como um grande guarda chuva, protegendo a cabeça e os livros.


E enquanto nada acontece, fica tudo como dantes no quartel de Abrantes.


Texto para: Substantivo Plural

RN, 09/04/2017

sábado, 1 de abril de 2017

Kascudo e a Kasa de Kunhaú

Kascudo e a Kasa de Kunhaú
PDF


O convite era para um evento na casa de Cascudo. Mas o evento foi realizado no terreno ao lado, bem mais arejado. Na recepção estava sua neta, fazendo as honras da casa. Um livro esquecido de Cascudo era lançado. E uma palestra de uma batalha bicentenária, era o foco principal do evento.


Ao começar o evento, mesa apresentada à platéia. E abre-se logo um parênteses. A fala de um profissional que tem por hábito deixar seus clientes sentados e de boca aberta. E em outras horas do dia, ou em suas folgas, o profissional leu um livro. E resolver seguir os mesmos passos do kaminhante, andarilho que escreveu o livro. Kilometros e kilometros foram percorridos, resgatando o tempo em que tudo era medido em léguas


Kapelas e kaveiras foram encontradas pelos kaminhos. Kom kamisas, kamisetas e koberturas; kanekas na beira de rios, seguiram os mesmos caminhos, ke um dia foi percorrido por alguém que tinha um nome com a letra K. E talvez a Kodak nem tenha participado, com filmes revelados. No tempo da expedição talvez nem houvesse daguerreótipos. Todas as imagens deviam ser escritas, descritas ou desenhadas. O tempo de agora é da Nikon, com resultado imediato,


Duzentas koisas podem ter sido ditas e encontradas, percorrendo kaminhos com kangalhas, de kavalo ou de karroça. E pretende-se lançar um livro de estudo komparado. Um estudo a partir de um ambiente modificado, modificado pelo tempo que fez mudanças de climas e urbanização. Trilhos abandonados de lokomotivas, cobertos pelo mato. Estações que se transformaram em bar e restaurante, no meio da floresta. Não há como criar, não há como resgatar o passado. Apenas um deleite particular e pessoal. O que era importante K escreveu em sua kaderneta de campo, não foi relatado em seu livro. Outros conhecimentos perpetuaram e morreram em sua mente. No ambiente modificado não há como resgatá-lo. Não há como recuperá-lo e modificar a história que aconteceu de K aos dias de hoje, Parecia primeiro de abril.


Melhor seria que seguissem as trilhas históricas de brasileiros. Como a trilha de Euclides da Cunha de São Paulo à Bahia. A trilha de Antônio Conselheiro do interior do Ceará ao sertão baiano.


E não se encontraria pelos caminhos, Kixadá, Kixeramobim e Kanudos, percorridos pelo homem de Bom Konselho..


Texto para: Substantivo Plural
http://www.substantivoplural.com.br/kascudo-e-kasa-de-kunhau/
Roberto Cardoso

01/04/2017

terça-feira, 28 de março de 2017

Crise existencial na literatura no RN

Crise existencial na literatura no RN
PDF 894


No tempo das startups a literatura do RN passa por uma crise nas estantes, nos leitores e nos escritores, assim interpretam o visionários do momento, que ainda não enxergaram as modalidades startups atuais. Uma crise existencial temendo o futuro, com histórias presentes. A somatização de ideias e comportamentos, criando a ideia do medo, de perder a cultura construída. A oferta de literatura é enorme e variada. Partimos da ideia que literatura não é apenas um texto bem escrito, acomodado em folhas encadernadas em capa dura, com letras douradas e desenhos atrativos em uma capa. A literatura está nas ruas, no corpo das pessoas e nos símbolos pintados no asfalto e nas calçadas.


Escritores inconformados com os resultados de seus textos transformados em livros, colocam em pauta em suas vidas, desistir de produzir literatura. Ameaçam escrever um epílogo em suas carreiras literárias. Acostumados com o que aprenderam na história literária do estado, não conseguem consolidar seus espaços.  Já não existem Autas, Cascudos, Nísias e Zilas. Os nomes são outros, e não nomeiam as ruas. Não fazem parte do urbano ou de florestas.


Mas Natal não tem uma identidade. Primeiro estava ocupada por índios e era uma aldeia. Chegaram os portugueses, com ideias de vilas e cidades. Os holandeses fizeram parte da história, na disputa pela terra. Chegaram os navios, com jornais. livros e notícias. Chegaram os aviões com pilotos de nacionalidades diversas. Trouxeram um pedaço de metralha de Roma, dizendo ser um presente. E Cascudo apropriou-se de ideias, morava perto do porto e do roncar de motores. O apito do vapor ou do trem, traziam notícias e ideias. Os americanos construíram um quartel e uma pista, transformada em aeroporto.  Deixam um título e um obrigado à cidade. Trampolim da Vitória à Parnamirim Feeld.


Natal não tem uma identidade própria, sempre foi influenciada por outros povos e aberta para o mundo, a Geni da história. E com interferências diversas, surge a necessidade de um renascimento constante. Natal a cidade do renascimento, ainda aguarda descobrir coisas ocultas, com a inversão de suas letras (NATAL). O elo perdido de Atlântida (ATLAN). ou o local de um Hub (LATAN), já prometido, mas que ainda não veio. A Barreira do Inferno aguarda inerte a continuação da história.


E a literatura atual disponível, vai além de seus usos e oferecimentos em livros. Filmes relatam uma literatura em uma tela. Filmes na TV aberta, na TV por assinatura, nos aplicativos com uma infinidade de filmes para assistir no computador, na TV em casa, na TV do bar ou em casas de amigos, ou ainda na telinha que cabe na palma da mão. Um leque de escolhas de títulos e modalidades de apreciação. No meio da rua, observado a janela do vizinho ou confortavelmente em uma poltrona, que com intervalos programados no controle pode se fazer uma passagem na cozinha, abastecendo pratos e copos com suas preferências. Melhores que pipocas. Um filme pode ser um relato ou uma interpretação, com diálogos e imagens, Aos olhos do espectador ou do diretor, mudam as ideias. Tanto na tela como na plateia existe um continuísta.


Ainda existe uma literatura por imagens, em condições estáticas, com fotos ou fotografias. A legenda das imagens pode estar na responsabilidade daquele que é o dono do álbum, e faz um relatos a cada foto observada. Nas modalidades estáticas impressas ou em tela, o observador ainda pode fazer links com suas ideias e imaginações construindo um enredo e construindo uma história, que talvez um dia seja narrada, ou pode ser perdida entre uma infinidade de neurônios sem ser transferida para outras mentes, com novas ideias e novas interpretações;


O rádio proporciona uma imagem para quem ouve músicas ou notícias. Relatos pessoais e entrevistas. Cada ouvinte constrói imagens e histórias a partir do que é escutado pelo rádio. A televisão vai um pouco mais além, oferecendo imagens, além dos relatos. O homem atual está cercado de literatura por todos os lados, nem fechando os olhos é possível fugir das imagens. Imagens na mente podem ser interrompidas por avisos sonoros: “Chegou uma mensagem”; É necessário abrir os olhos.


Nem tudo é real e nem tudo é verdadeiro. Nem todos possuem uma mesma capacidade de interpretação. Nem o mesmo ponto de vista. Nem todos possuem uma gama de conhecimentos para produzirem outras histórias, baseadas no conhecimento adquirido, conjugando com outras imagens e histórias. E esta é a principal função do conhecimento, criar outros a partir dos existentes, rumo ao infinito.


Só um supermercado pode oferecer produtos diferentes com marcas e qualidades diferenciadas. Mercadorias para diferentes gostos, possibilidades e posses. Um fato semelhante se dá com uma literatura impressa, como um produto de um supermercado. Um livro é apenas um produto diante de uma infinidade de mercadorias, construídas com letras, palavras e imagens; gestos e comportamentos avistados nas ruas. O corpo também é uma mídia que contém uma história. Basta saber ler e interpretar, o que está inscrito ou se quer insinuar.


Diante de uma heterogeneidade de pessoas com diferentes conhecimentos e modalidades aquisitivas, mais os modelos literários oferecidos, surge a necessidade do escritor de letras, palavras e imagens ajustar seu foco e identificar sua fatia, do grande bolo de informações que compõem o mercado. Existem saberes e sabores por toda parte. Mas é necessário identificar o cliente, conhecer seus gostos e sabores mais apreciados.


Texto para: Substantivo Plural
http://www.substantivoplural.com.br/crise-existencial-na-literatura-no-rn/


Entre Natal/RN e Parnamirim/RN
Em 28/03/2017


Roberto Cardoso (Maracajá)
IHGRN/INRG
RM & KRM

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Escritores Nutella desembarcam em Cuba.

Escritores Nutella desembarcam em Cuba.
Escritores raiz permanecem em Natal.
PDF 851



Escritor nutella viaja de avião, enquanto escritor raiz, só viaja de busão.

Um escritor para ser raiz, precisa estar atento ao que acontece nas ruas e quais os memes estão em voga no momento; o escritor nutella passa batido. E com o último meme encontrado em redes sociais, não foi possível deixar de lembrar de alguns escritores nutella. E na tal cidade onde ainda se diz, que em uma determinada época, havia um poeta em cada rua e em cada esquina um jornal. Hoje com poucos jornais, já não há mais gazeteiros nas esquinas. Os poetas saíram de casa e buscaram outras alternativas, para expor seus trabalhos. Longe dos ouvidos mas ao alcance dos olhos, na palma da mão..


Na tal cidade os aviões deixam rastros no céu (trilhas de condensação), em direção ao seus destinos, deixando a cidade para trás, com alguma comunicação com a torre. O escritor nutella precisa de um outro porto e outro aeroporto. além da tal cidade esquecida. Uma cidade formada por dunas, que modificam a paisagem com os ventos. Modificam as ideias constantemente, igual ao vento. O escritor raiz, enxerga o mundo a partir do lugar onde pisa, mesmo que as areias entrem nos olhos, mesmo que o vento mude de direção, trazendo chuva e inundação.


Um grupo de escritores na onda nutella viajou para a ilha de Fidel, enquanto outros escritores ficaram fortalecendo uma raiz. No momento que a cidade de Natal vai perdendento suas últimas livrarias, escritores embarcam para mostrar seus trabalhos em uma feira no outro hemisfério do mundo, Em Natal perdeu-se a livraria que tinha um foco na literatura local, um forte argumento para ganhar um prêmio Nobel local. A outra livraria ainda existente, vem sendo cobiçada pela rede Amazon, e os escritores partem para uma saraivada em outro continente.


Não foram disputar torneios e olimpíadas, parecem piadas, mas viajaram de Gol ou de Copa. E na falta de um HUB que levaria a todos os lugares do mundo, foram obrigados a embarcar em Recife, com o primeiro trajeto percorrido de ônibus, até chegar no aeroporto pernambucano que tem contato com o mundo. Na história, ali também se instalaram os holandeses. No RN só ficaram botijas.


Um grupo de escritores viajou na maionese com destino a ilha de Cuba. Foram em Cuba lançar um livro com seus escritos, em prosas e versos com direito a bilíngue. Levaram na bagagem outros livros, e dentro de um mesmo livro, outros autores potiguares. Saíram com o compromisso de divulgar a obra do paquiderme norte riograndense, recusaram as feiras do Carrasco e do Alecrim, ou até das Rocas. Não quiseram saber  sobre FLIN, ou FLIQ, nem Flipipa. Não optaram pela FLIP,  queriam a feira do país limitado a uma Ilha. Uma ilha maior que seus quintais, na fazenda asfaltada.


E agora lembramos do grupo Língua de Trapo, parafraseando uma música, com detalhes comunistas. Viajaram para Cuba, e ao invés de estudar e pesquisar sobre a luta armada, foram mostrar seus livros com versos para a namorada. Foram no comportamento simbólico da liga da igreja católica, enquanto outros ficaram na linha da Opus Dei. Infelizmente não pude, não pude jantar com vocês no Maksoud.


Escritor nutella viaja para outro país para apresentar seus livros. Escritor raiz fica na cidade, criando ideias, escrevendo em postagens de redes sociais, ao menos uma frase. E se não tivesse internet escreveria em um guardanapo. Em um papel de caderno, faria uma gaivota e jogaria pela janela, divulgando o seu trabalho. Escritor nutella precisa de um livro para ver seu trabalho concluído e reconhecido. Escritor raiz escreve em blogs e redes sociais, para ver seu trabalho acessível a todos, na palma da mão inclusive, mudando as páginas com auxílio dos dedos, igual em um livro..


Aguardemos o retorno do grupo para contar suas histórias e suas experiências. Contar sobre suas doses de mojito, permitindo falar fluentemente o castelhano em ambiente cubano. Contar em quais países agora são conhecido os seus livros. Apesar das tecnologias e da possibilidade de participar de feiras internacionais, existem coisas do oculto, que podem ser resolvidas no caldeirão da própria casa; ou podem ser encomendado com o uso de um voodoo.


“No creo en brujas, pero que las hay, las hay"


Texto para Substantivo Plural

http://www.substantivoplural.com.br/escritores-nutella-desembarcam-em-cuba/

Substantivo Plural


Entre Natal/RN e Parnamirim/RN, 14/02/2017

Roberto Cardoso Maracajá


Roberto Cardoso Maracajá
Reiki Master & Karuna Reiki Master

News Letter MARACAJÁ

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Feb 27th, 2016
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Apr 24th, 2016
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Feb 9th, 2017

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

A morte da fiel escudeira

A morte da fiel escudeira
PDF 835


Morreu Dona Marisa Letícia, a fiel escudeira de Lula, o escudo de sua vida e de sua história. Durante o seu processo de internação hospitalar e de passagem, suas últimas condições de escudo. Serviu de escudo nas redes sociais. Indignados com Lula atiraram pedras em Dona Marise, pedras simbolizadas por palavras, e todas bateram no escudo. Lula não foi atingido.


Um escudo, um anteparo, desde o tempo de sindicatos. Desde as reuniões em uma garagem, parte de uma casa popular, não usada. Segundo depoimento de fontes iniciais, não oficiais, de alguém que estava por perto, o embrião do PT surgiu a partir de reuniões em uma garagem. Garagem esta que fazia parte da casa do casal Lula e Marisa, que na época não possuía carro. E a garagem adquiriu a condição de diretório inicial. Um diretório de ideias enquanto o partido não era fundado. E dona Marisa estava ali como esposa de Lula e como aliada do partido em organização. Estendia os serviços da casa para um grupo de políticos: ativistas, lideranças e sindicalistas. Fazia o serviço de água e café,  fazia o receptivo. E não poderia estar ou ficar alheia às discussões das pautas. Fez o serviço de hospitaleira, noitadas aconteciam após as reuniões. Poderia ter voz mas não tinha voto nas reuniões. E mágoas começaram a ser acumuladas. Lula evoluiu no quadro social e político, esquecendo dos estudos. E ela sempre ocupando a função de companheira e de esposa. Ela tentou estudar mas foi impedida pelo esposo. E fica lançada uma dúvida, do não querer de Lula e por mágoas adquiridas pela esposa.


Lula lutou, batalhou, adquiriu ganhos e perdas; perdeu um dedo. E Marisa estava a seu lado, e sempre do seu lado para dividir e ouvir problemas. Por vezes e sempre, é o líder que se expõe, e é quem esperamos ou imaginamos, que seja o primeiro a adoecer. E Lula adquiriu um câncer, a revolta das células, que parece ter sido superado. E o mesmo aconteceu com Dilma, sua sucessora, com mandato dobrado. Mas por muitas das vezes é o parceiro quem adoece, quem adquire as neuroses, nem sempre apresentadas. Por suportar todos os problemas, por ser o apoio da carga. Por suportar problemas e as cargas que não são vistos ou percebidos, e não podem ser anunciados por fofocas e pela mídia.


Lula deixou de ser sindicalista, líder de um grupo específico de trabalhadores, para disputar a condição de ser presidente da nação. O sindicato Solidariedade, a Glasnost e a Perestroika de uma época, devem ter sido suas maiores inspirações. E o líder de grupo polaco chamado Lech Walesa, pode ter sido seu ídolo. Em determinadas épocas quando se alterava as ideias da população e dos trabalhadores na Europa e na Polônia. Trocou a vodka dos países frios, pela cachaça brasileira. Copiou argumentos, comportamentos e hábitos, na formação e construção de um símbolo e suas ideias. Adotou o uso do vermelho, como bandeira, símbolo de revoluções e símbolo comunista. A cor do sangue que rege a vida e controla o cérebro, a união do corpo com a cabeça, atos e ideias. Não estudou as teorias de poder, mas soube interpretar a sociedade.


As preocupações e as mágoas foram se acumulando com o tempo, por muito ouvir e pouco falar, e por muito pensar, seu cérebro produziu um aneurisma, afirmado pela medicina como uma má formação. A formação de seu corpo e a formação de sua vida Circulavam ideias em sua mente e estagnaram o caminho do sangue, produzindo sinapses, de pensamentos e ideias sobre um mundo político que não fazia parte, apenas funcionava como escudo. Sangue é vida e liberdade, e veias dão o fluxo a vida e ao sangue. E um aneurisma seriam suas vontades e ideias estagnadas, com um risco de rompimento, a qualquer momento.  Assim como seu casamento sempre estava em risco de ser rompido.


Estava presente nas solenidades, para mostrar que eram um casal perfeito, com um lar e uma casa, tinham filhos. O estereótipo da sociedade, desejado pelo eleitor. Um casal equilibrado, semelhante a tantos outros, que continuam anônimos. E agora a vida de um ex presidente, com a vida vasculhada, trouxe mais preocupações as que já estavam acumuladas, E o escudo foi se tornando cada vez mais vulnerável.


O guerreiro perdeu seu escudo. Perdeu seu par perante a sociedade. Depois de muitas lutas e muitas defesas, o escudo foi se tornando cada vez mais frágil. Rompeu um aneurisma que já estava detectado e com um futuro diagnosticado pela  medicina. Antes de morrer, a última tentativa do organismo, apagar os pensamentos. E os aparelhos conectados a seu lado mostravam uma inatividade cerebral, prenunciando a morte, E aos poucos outras partes do seu organismo foram se desligando, dos problemas e da vida. Uma vida que já estava marcada pela pele intemperizada, fora os sinais na face. A face que sempre se expressa em tudo na vida, alegria ou tristezas deixando marcas no rosto, como um histórico de vida.


O inchaço e a pressão craniana aumentaram. Depois do AVC hemorrágico, que não era isquêmico, como um bloqueio, quando ainda era possível promover um desbloqueio com medicação e novas ideias. Era um AVC-H (acidente vascular cerebral hemorrágico), um nome técnico para o popular derrame. Depois de tudo derramado, era melhor abandonar tudo, assim entendeu sua alma.


A notícia da doação dos órgãos da falecida, cria algumas ideias e hipóteses. Os órgãos deverão ser analisados em um investigação post-mortem, pela anatomia e pela fisiologia, para identificar as condições de serem reutilizados. Mas as mágoas e preocupações ficaram impressas nas células “comportamentais”, uma condição que não pode ser avaliada.


A morte da fiel escudeira
PDF 835



Texto em
http://www.substantivoplural.com.br/morte-da-fiel-escudeira/

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Roberto Cardoso (Maracajá)
Reiki Master & Karuna Reiki Master
Jornalista Científico
Membro Efetivo do IHGRN (Instituto Histórico e Geográfico do RN)
Membro efetivo do INRG (Instituto Norte Riograndense de Genealogia)


Em 03/02/2017
Texto enviado para Substantivo Plural





quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Quando o Substantivo perde um Adjetivo

Quando o Substantivo perde um Adjetivo
PDF 826


Não vamos tratar aqui de um substantivo simples, mas de um Substantivo Plural. Chega-nos a notícia que o Substantivo Plural que também era Composto, de alguns adjetivos, perde agora um de seus Adjetivos. Aconteceu um alteração em sua composição. Uma mudança na oração, que divulga textos e frases pela internet..


O Tácito, com seu jeito silencioso, calmo e calado apresentou uma tácita homenagem, que não se exprime em palavras, mas fica implícito um momento taciturno do Substantivo Plural. O Substantivo Plural perde Sergio Vilar, que parte agora para uma carreira solo. Deverá construir o seu próprio Blog.


Resta agora a essência, aquele que se tornou um sinônimo vivo. Quando o encontramos nas ruas, está escrito em sua testa, no seu olhar e comportamento, ambos se confundem Tácito Costa e Substantivo Plural. E com certeza encontrará novos adjetivos para um substantivo que não nasceu simples. Nasceu como Substantivo Plural.


RN, 26/01/2017
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Roberto Cardoso (Maracajá)
Escritor/Cronista
Jornalista Científico UFRN/FAPERN/CNPq

Reiki Master & Karuna Reiki Master

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016